Vidro e Cerâmica em Portugal: Da tradição à modernidade

O barro e o vidro são dois dos materiais com que Portugal sempre trabalhou e são uma expressão da veia criativa Portuguesa. Com uma produção em barro desde a Pré-História, existem várias peças criadas a partir deste material que contam a História de Portugal e os costumes que se viveram, e vivem, neste país. Em cerâmica, porcelana e vidro existem tanto utensílios de cozinha para o dia-a-dia, como peças decorativas de grande humor e imaginação. Sempre fiéis à tradição, as grandes marcas Portuguesas foram desenvolvendo técnicas para melhorar a qualidade dos seus produtos e modernizar o design. Cada vez mais, as marcas nacionais preservam o clássico e desenvolvem os seus modelos. Para quem visita Lisboa e quer levar uma recordação para casa, deixamos aqui a nossa recomendação:

As grandes marcas Portuguesas que existem hoje em dia, conseguiram desenvolver modelos mais contemporâneos e acompanhar as várias mudanças de moda que foram ocorrendo durante as últimas décadas. As marcas clássicas focaram-se nos produtos mais exclusivos, com desenhos mais elegantes como é o caso da mundialmente conhecida, Vista Alegre. As obras mais “rústicas” foram feitas para a massa popular, utilizando não só a arte de formar o barro, como também a arte de fazer rir, como é o caso da Fábrica de Bordallo Pinheiro.

Apresentamos as melhores marcas Portuguesas:

As peças Clássicas:

As peças clássicas são aquelas produzidas a pensar na elegância e na exclusividade. A arte Portuguesa sofreu uma influência enorme por parte da cultura Asiática durante as primeiras décadas do comércio com a China e a Índia. A faiança Portuguesa não passou imune. Algumas das obras clássicas da cerâmica nacional começaram a ser desenhadas com motivos Chineses a metade do século XVII. Estas peças são facilmente identificadas pela tinta azul cobalto e pelos motivos desenhados. Os motivos chineses viraram moda em toda a Europa do Oeste. As casas Portuguesas nobres e ricas investiram em vários objectos com estes desenhos. Esta foi uma altura muito próspera para as empresas de cerâmica em Portugal. Um dos ornamentos mais conhecidos é o prato de “aranhões” (ver imagem). Esta peça mais exclusiva e com o objectivo de ter, não só uma utilidade doméstica, como também decorativa; continua a ser criada por algumas empresas Portuguesas. Contudo, as melhores marcas Portuguesas investem cada vez mais num design contemporâneo, mais prático, e de maior qualidade.


Vista Alegre:

A mais conhecida marca Portuguesa nasceu em 1824. Durante a reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755, as vidreiras começaram a ter muito sucesso através de vendas para casas reconstruídas. Com o crescimento das vidreiras, e em especial a Fábrica da Marinha Grande; José Pereira Pinto Basto cria no s éculo XIX uma fábrica de porcelanas, vidro e processos q uímicos chamada Vista Alegre. Desde o seu inicio, a Vista Alegre produz peças elegantes e exclusivas, sendo algumas só para coleccionadores. Com quase 200 anos de história, a Vista Alegre hoje investe na modernização dos seus produtos, na originalidade, com um design contemporâneo. No entanto, a Vista Alegre mantém o fabrico das suas linhas clássicas com referências à História de Portugal, mais notavelmente, às relações com a China, como se pode ver na colecção “blue canton”. A loja mais conhecida e impressionante da Vista Alegre está no Largo do Chiado, e merece a pena uma visita para se ver de perto o design impressionante e o crescimento desta marca tão obviamente Portuguesa.   

Lojas:

SPAL:

Esta é uma das marcas mais recentes no fabrico de objectos de Porcelana. Destacamos a SPAL pelo seu design inovador e a grande qualidade das suas peças. Fundada em Alcobaça em 1965 a SPAL desde sempre criou peças para uso doméstico e para hotelaria. As técnicas de produção são das mais avançadas no mercado, utilizando as melhores tecnologias para a produção de porcelana. Só em 1994 é que a SPAL abre a primeira loja ao público. Com um desenho simples e moderno, os produtos da SPAL são um êxito, justificando-se a existência de cerca de 12 lojas em todo o país.

Lojas:

As peças rústicas:

As Caldas da Rainha é uma terra rica em argila, de onde se extrai o barro. Aqui se desenvolveram as peças mais rústicas da faiança portuguesa. Tanto se fabricam utensílios para a cozinha, como peças decorativas, mas o que mais se destaca são as peças humoristas e populares. Desde a viragem do século XIX para o século XX, as Caldas da Rainha foi se especializando na louça caricatural. Inicialmente as louças apresentavam profissões como padres ou pescadores de maneira desdenhosa e sarcástica. Actualmente, as profissões representadas são políticos ou pessoas conhecidas em Portugal, mas distingue-se o “Zé povinho” que retrata o “típico” homem Português.

Bordallo Pinheiro:

A fábrica de Raphael Bordallo Pinheiro foi fundada em 1884 com o intuito de revitalizar as artes tradicionais da cerâmica e do barro. A Bordallo Pinheiro destacou-se pela originalidade e a criatividade das suas obras, utilizando o humor e a caricatura para caracterizar a cultura portuguesa. Raphael foi convidado a desenhar peças para a Fábrica de Faiança das Caldas da Rainha antes de criar a sua própria fábrica. Desde jarras, pratos a peças de decoração, Bordallo Pinheiro criou alguns objectos que ficaram na história de Portugal, como é o caso das andorinhas e do “zé povinho”.

Lojas:
Sem nenhuma loja própria, pode-se encontrar produtos da Bordallo Pinheiro nos seguintes pontos de venda:

Vidros:

A primeira fábrica que surge na Marinha Grande é a Real Fábrica de Vidros em 1748. Mas  as vidreiras começaram a ter muito negócio durante a grande reconstrução de Lisboa após o terramoto que destruiu parte da cidade em 1755. A indústria vidreira já viveu muitos períodos de estagnação comercial, mas várias fábricas souberam manter à deriva a tradição de vários séculos e com muita história. A Marinha Grande é uma das regiões em que o vidro continua a ser uma matriz histórica e onde se continua a produzir o vidro com modelos cada vez mais inovadores e modernos. A mais conhecida é a Crystal Atlantis, mas outro dos nomes mais conhecidos é a fábrica Jasmim.


Cristal Atlantis:

Fundada em 1944, a Cristal Atlantis sempre se dedicou à arte de trabalhar o vidro. Hoje em dia continua a manter certas etapas da produção manual. Com este método, a Cristal Atlantis mantêm a tradição, a qualidade e a originalidade dos seus produtos. Os produtos são diversos, desde os objectos para a mesa a aqueles destinados à decoração. As peças são lapidações simples em cores ou em branco. No ano 2001, a Cristal Atlantis e a Vista Alegre uniram-se, fortificando a imagem de ambas as marcas. A Cristal Atlantis continua a apostar no design moderno e inovador melhorando a qualidade dos seus produtos e do vidro de chumbo com o qual trabalha. Para além de ser uma marca contemporânea sem fugir aos seus modelos clássicos, a Cristal Atlantis tem desde sempre a fidelidade dos Portugueses.

Lojas:

Depósito da Marinha Grande:

Em 1769, o Marquês de Pombal entregou a favor de Guiulherme Stephens esta fábrica que produzia vidros. Desde esse ano que a Real Fábrica continua a produzir vidro manual soprado. Contudo, as técnicas mais inovadoras vão sendo introduzidas nas etapas de produção dos produtos decorativos produzidos por esta marca.

Lojas:

Fábrica Jasmim:

Inspirando-se na flor que lhe dá o nome, esta fábrica baseia-se na fragilidade e na delicadeza dos Jasmims para fabricar produtos de grande elegância e de qualidade. Desde 1996, a Jasmim preocupa-se com o ambiente, utilizando as tecnologias mais avançadas no mercado para fazer o vidro com brilho e claridade em modelos tanto contemporâneos como clássicos.

Lojas:

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